BIO
Tendo
alcançado reconhecimento internacional, o esculptor
Alberto Chissano só começa a esculpir com
29 anos.
Antes
fora o percurso normal para a grande parte dos moçambicanos,
filhos de camponeses. Pastor enquanto criança, uma
escolaridade quase inexistente e a ida, ainda criança,
para a cidade. Na cidade, criado ou cozinheiro. Depois o
tentar a aventura nas minas da África do Sul.
Onde
a história de Alberto Chissano se começa a
individualizar é no regresso da África do
Sul. Após a incorporação nas forças
armadas portuguesas, acaba por se empregar como servente
numa associação artística, o "Núcleo
de Arte". Aí entusiasma-se com o que vê
e, apoiado por alguns dos artistas mais experientes, começa
a esculpir. A primeira exposição individual
surge em 1964. A partir daí, a carreira de Chissano
não irá parar mais.
Esculpindo
normalmente a madeira, embora ocasionalmente também
a pedra e o ferro, Chissano tem uma obra que, no entender
de Alessandro Zuccari, "não é fruto de
uma mentalidade empírica e artesanal, mas de uma
capacidade criativa plenamente consciente da técnica.
Zuccari considera Chissano "um eloquente exemplo da
dialética entre as culturas africana e europeia".
É
esta força, esta capacidade de 'dar vida' a troncos
inertes, que está na base do reconhecimento e dos
inúmeros prémios que Chissano recebeu ao longo
da sua vida. Destacam-se o 1º Prémio de Escultura
da Câmara Municipal de Lorenço Marques (Maputo)
em 1966 e os 1º e 2º Prémios de Escultura
na antiga Jugoslávia, em 1981.
Chissano
morre em 1994 em Moçambique.
extraído de: "Expo 92: 9 Artistas
Moçambicanos"