BIO
Em
Março de 2011, a Costa do Marfim mergulhou mais uma vez
na guerra civil. O auto-proclamado Presidente, Laurent Gbagbo,
reclamou o poder apesar de ter perdido as eleições
e as forças rebeldes imediatamente tomaram as ruas das
vilas e cidades na tentativa de o depôr.
Enquanto
as milícias se confrontavam nas ruas, originando um banho
de sangue, um artista de 26 anos, Aboudia Abdoulaye Diarrassouba,
resolve permanecer na capital Abidjan. No seu atelier, regista
através do desenho e da pintura, o caos e a violência
que o rodeiam: as escaramuças entre forças leais
a Gbagbo e forças rebeldes, as mensagens escritas pelas
crianças nas paredes com o objectivo de delimitar territórios.
Desde
então, Aboudia tem sido aclamado pelos trabalhos que
documentaram a chamada "Batalha por Abidjan". Em Junho
do mesmo ano, expõe pela primeira vez em Londres e as
suas obras estão hoje presentes nas maiores colecções
internacionais como as de Jean Pigozzi, na Suiça, a Frank
Cohen, em Londres ou a Saatchi, em Nova Iorque.
Nos
últimos anos, Aboudia tem vindo a expôr regularmente
na Europa e nos Estados Unidos tendo sido inclusivamente convidado
a participar numa conferência organizada pelo Goethe-Institut,
na África do Sul, subordinada ao tema "A Arte em
tempo de guerra".
As
telas de grande formato de Aboudia Abdoulaye são povoadas
por faces semelhantes a caveiras com olhos esbugalhados e bocas
escancaradas que parecem contorcer-se entre pinceladas largas,
lembrando as qualidades expressivas de Jean-Michel Basquiat.
A claustrofobia e o medo numa cidade em guerra são palpáveis
e as telas são uma afirmação do poder da
arte.
extraído
de: DAZE
[obras
disponíveis de ABOUDIA Abdoulaye Diarrassouba]