BIO
Kivuthi
Mbuno nasceu no Quénia em 1947. É um dos reconhecidos
mestres da cena artística internacional. O seu trabalho
esteve presente em exposições em inúmeros
museus e galerias tanto na Europa - Mbuno está representado
na Saatchi Collection em Londres por exemplo - como nos Estados
Unidos (Center for African Art, Nova York).
Quando
jovem, Kivuthi Mbuno trabalhou em safaris tendo realizado inúmeras
viagens pelo interior do Quénia e da Tanzânia. Este
trabalho, em íntima relação com a Natureza,
a fauna e a flora, marcou-o profundamente. Em 1976, a sua relação
com a família da baronesa Karen Blixen (conhecida pelo
nome de plume, Isaac Dinesen) levaram Mbuno a estabelecer-se
em Langata, onde passou a dedicar-se exclusivamente ao desenho.
As suas viagens pelo interior do país a a vida tradicional
da tribo Wakamba, de que faz parte, inspiraram-no. Kivuthi Mbuno
entrega-se à Natureza e através do seu trabalho,
mostra-nos o extraordinário que existe na mais comum das
situações. Com um estilo preciso - utilizando tinta-da-china,
lápis-de-côr e pastel - combina animais, humanos
e objectos tradicionais colocando-os em espaços imensos.
Este é o seu 'vocabulário'.
Os
vastos territórios em África não possuem
aqui nenhum dos aspectos hostis a que geralmente os associamos.
Kivuthi Mbuno transporta-nos para um mundo tranquilo e luminoso
onde se pode observar qualquer actividade humana. Para Kivuthi
Mbuno, o 'belo' ocorre em lugares e situações onde
normalmente não repararíamos. Animais (gazelas,
girafas, hienas, elefantes, serpentes, aves) 'brincam' com as
suas características morfológicas ( o longo pescoço
da girafa, a poderosa tromba do elefante,..) neste 'mundo' onde
cada um ocupa o seu lugar em harmonia com os outros animais. Apenas
os humanos parecem perturbar este ambiente. No entanto, Mbuno
confere-lhes características que são simultaneamente
grotescas e elegantes: parecem mover-se com a mesma graciosidade
que os animais que caçam.
O
trabalho de Mbuno no entanto, aproxima-se mais do sobrenatural
do que do natural. Seria errado presumir no seu trabalho a marca
de um primitivismo naive. Como o próprio atista
explica, os seus trabalhos não pretendem retratar a realidade
mas a sua ideia da natureza, do que poderia ter sido um 'éden'.
Para Kivuthi Mbuno, o belo reside na harmonia dos povos com o
seu ambiente natural, e chama a esta forma de estar "estar
dentro da beleza".
Em
2013, Kuvithi Mbuno foi um dos artistas escolhidos para representar
o Quénia na edição 55 da prestigiada Bienal
de Veneza.
extraído
de: "Contemporary Art of Africa", A. Magnin; "Contemporary
African Art from the Jean Pigozzi collection", Sotheby's
[obras
disponíveis de Kivuthi Mbuno]